Guia completo sobre bootcamp: saiba o que é, como funciona e como participar

Se você está passando por uma transição de carreira para a área de tecnologia, já se deparou com a variedade de cursos disponíveis no mercado. Eles vão desde graduações, pós-graduações e cursos técnicos até modalidades mais livres, como intensivos, cursos online e bootcamps. 

O bootcamp é uma estratégia de ensino baseada na imersão, de curta duração e de amplo espectro de aprendizagem. Ele é uma formação muito comum na área de tecnologia, já que impulsiona pessoas sem conhecimento prévio de códigos e recursos a atuar em cargos juniores. 

O nome bootcamp vem do conceito de treinamento militar. Em inglês, o termo vem de “campo de treinamento”, o intensivo de treinos que futuros militares recebem para entrar na área. Na tecnologia, consiste em imersões de algumas semanas que permitem ao leigo conhecer as diferentes atuações da programação (front-end e back-end), linguagens e obter repertório e portfólio de desenvolvedor para se candidatar a vagas de iniciante.

Com as possibilidades de carreira em tecnologia avançando – hoje, estima-se que o mercado deve crescer 12% ao ano – e com os salários e benefícios cada vez mais competitivos, muitos profissionais se voltam à tecnologia como forma de ter melhor reconhecimento e qualidade de vida.

Além disso, a tecnologia e a programação estão cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia. Profissionais das mais diversas áreas se preocupam com segurança digital, sistemas robustos, acessibilidade das informações e compartilhamento remoto de arquivos.

Por exemplo, nas profissões ligadas à saúde, é fundamental que os profissionais tenham em mãos recursos digitais que agilizem atendimentos, relação com fornecedores e tragam segurança para os pacientes. Nesse sentido, cada vez mais os cargos de tecnologia se tornam fundamentais em diferentes áreas, com a aplicação de softwares personalizados às demandas dos clientes.

Por isso, a presença de programadores na equipe é cada vez mais recorrente: o programador é o responsável por desenvolver, testar e manter os softwares empresariais funcionando, sendo um profissional muito valorizado em diferentes esferas.

Além disso, a programação exercita habilidades como raciocínio lógico, pensamento crítico e solução rápida de problemas, habilidades que trazem confiabilidade à área e impulsionam profissionais a buscar essa formação.

Quem pode participar de um bootcamp?

Na prática, qualquer pessoa. O bootcamp é uma modalidade imersiva, então exige dedicação de tempo e recursos para participar. Na maior parte das vezes, os alunos são estudantes ou profissionais em transição de carreira, o que permite maior dedicação. 

Mas os bootcamps são pensados para que qualquer pessoa possa participar. A diferença entre um bootcamp e um curso especializado é que o bootcamp não exige conhecimentos prévios. Ou seja, se você quer aprender a programar e nunca tentou, esse é o espaço correto.

Leia também: Entenda como começar do zero e aprender a programar!

Muitos bootcamps são oferecidos por instituições de ensino como forma de dar o repertório inicial a seus alunos, para que eles tenham o conhecimento base necessários e possam escolher qual área combina mais com seu objetivo profissional e se dedicar mais a ela futuramente. 

No bootcamp, o aluno tem contato com as facetas da programação, desde criação de jogos até manutenção de sistemas, o que oferece uma visão panorâmica da área. Depois, o programador júnior começa a atuar profissionalmente, descobre qual área mais combina com ele e faz cursos de aprofundamento.

Outra fonte de bootcamps são as empresas de tecnologia. Fintechs, por exemplo, oferecem bootcamps voltadas a sua tecnologia. Neles, o estudante aprende o básico daquela área e pode ter uma experiência prática de como é trabalhar em um cargo júnior naquela instituição. Sendo assim, acaba funcionando como um tipo de estágio e muitas empresas oferecem vagas e/ou bolsas de estudos aos alunos que se destacam durante o bootcamp.

Qual a diferença entre um bootcamp e cursos técnicos?

O curso técnico tem uma proposta mais tradicional: durante as aulas, que podem durar um ou dois anos, os alunos aprendem teorias e práticas de diferentes áreas da programação. Como são cursos de tecnologia mais amplos, eles também oferecem disciplinas em tecnologia e manutenção de sistemas. 

Por serem cursos mais longos, são uma opção mais adequada a pessoas que não podem dedicar semanas imersivas a um curso. O ensino técnico, seja durante ou após o ensino médio, também traz como benefício o diploma da instituição para o currículo, que permite o acesso a vagas de TI em empresas mais tradicionais.

Já o bootcamp tem um foco maior em programação, ou seja, capacita os alunos a atuar na criação e manutenção de softwares, não no departamento de TI como um todo. Ao mesmo tempo que isso pode ser uma limitação para vagas em empresas mais tradicionais, há espaço para desenvolvedores em áreas diversas de atuação.

O que vou aprender no bootcamp?

A ideia é que o aluno saia do bootcamp capacitado para atuar em cargos juniores. Com uma imersão em diferentes linguagens e aplicabilidades, o programador junior pode concorrer a cargos de entrada em empresas de tecnologia.

Depois disso, ele terá mais experiência para decidir em qual área gostaria de atuar e quais cursos de aprofundamento fazer. Mas, ao terminar o bootcamp, o aluno tem a base necessária para começar sua carreira.

Assim como em qualquer área, o profissional iniciante precisa de um portfólio que apresente seu trabalho na hora de se candidatar a vagas. Porém, para programadores júnior ou pessoas que não tem repertório técnico, pode ser difícil ter trabalhos o suficiente para mostrar seus conhecimentos. 

Nesse sentido, o bootcamp também funciona como um adendo ao portfólio: durante a imersão, são realizados projetos em que o aluno programa na prática. Assim ele terá códigos testados e aprimorados para mostrar em entrevistas com empresas contratantes.

Dessa forma, ele terá melhor empregabilidade, o que potencializa o aproveitamento das oportunidades de carreira na área de tecnologia e garante ao profissional júnior a possibilidade de explorar mais facetas da atuação.

Leia também: Confira 15 habilidades para colocar no currículo

Como escolher um bootcamp?

Na hora de escolher qual curso ou imersão em programação fazer, muitos alunos ficam em dúvida se aquele programa é adequado para o que eles precisam. Para auxiliar o processo de decisão e direcionar futuros programadores, temos algumas dicas que evitam os erros:

Escolha um curso que combine com seu estilo de vida

Um fator diferencial dos bootcamps é que são cursos imersivos, que exigem dedicação de mais tempo ao dia. O primeiro passo é entender se isso é compatível com sua vida. 

Caso você trabalhe ou estude em tempo integral ou tenha outros compromissos, pode ser mais interessante realizar cursos extensivos, que também oferecem a formação completa, mas têm grade horária mais distribuída durante os meses de estudos.

Veja o custo benefício

É importante ter clareza sobre os custos atrelados a um bootcamp. Existem cursos gratuitos e pagos, patrocinados por empresas ou oferecidos por instituições de ensino. 

Caso os custos sejam muito altos, o aluno pode buscar bolsas de estudo ou até qualificações que priorizem alunos de baixa renda, auxiliando a democratizar o setor de tecnologia.

Fique atento ao cursos remotos

Ainda que cursos presenciais tenham um fator de colaboração ao vivo interessante, o setor de tecnologia é pioneiro em oferecer ensino remoto idealizado para pessoas em diferentes circunstâncias.

Muitas vezes, pessoas que estão fora de grandes centros urbanos não teriam a oportunidade de participar de cursos presenciais. Os bootcamps online, além de facilitar o acesso, permitem que os futuros programadores façam o network na área e possam, ao final do curso, buscar oportunidades de trabalho remoto.

Participe das comunidades

Um dos maiores recursos da programação é o espírito de colaboração dos profissionais da área. Existem repositórios digitais de códigos abertos em que programadores buscam e resolvem dúvidas, o que auxilia a profissionalização de iniciantes.

No entanto, as comunidades de programadores formadas durante os bootcamps também trazem benefícios. Além de auxiliar no networking e na busca por vagas, também é um espaço de diálogo sobre os desafios da área. Ao participar de um curso, seja ele presencial, remoto ou híbrido, o aluno conhece outros iniciantes que estão trilhando caminhos paralelos.

Priorize a grade curricular correta

Um dos diferenciais do bootcamp é que ele é planejado para aprendizagem baseada em projetos. Ou seja, o aluno aprende fazendo e tem autonomia para testar e errar, recebendo feedbacks personalizados do instrutor.

Na hora de escolher um bootcamp, é importante analisar a proposta de ensino: ela deve ser focada na ação e na busca por soluções, não apenas na teoria e na lógica de programação. Observe o portfólio de ex-alunos e analise se o curso permite a atuação full stack e criação de um repertório útil para vagas juniores.

Busque instrutores qualificados

Parte da ideia de um curso formativo de programadores é o contato direto com profissionais qualificados. Como a proposta é aprender um pouco de cada parte da programação, é legal que o curso ofereça oportunidade de aulas com profissionais diferentes e trajetórias de carreira diversas.

Além disso, a qualidade dos instrutores é importante durante todo o curso: é preciso que o aluno tenha o acompanhamento necessário para desenvolver suas habilidades. Paralelamente, é essencial que o(s) instrutor(es) deem espaço para os estudantes terem autonomia e praticar por conta própria.

Estude por conta própria

Além de estudar durante a imersão, é importante que o aluno continue a praticar o que aprendeu. Realizar projetos próprios e participar de hackathon, por exemplo, além de iniciativas de empresas parceiras do curso.

Analise as possibilidades de qualificação adicional

Antes de se matricular em um bootcamp, é importante ter uma perspectiva sobre  as possibilidades de continuar a aprender depois. Quando o aluno está inserido em um ambiente de aprendizado, ele consegue continuar a se qualificar. Por isso, buscar escolas com boa reputação e diversos cursos é uma ótima ideia.

O que fazer depois do bootcamp?

Depois de concluir a imersão, o aluno está mais preparado para atuar no mercado de trabalho como programador. O programador é o profissional que cuida da criação e manutenção de softwares e sistemas para empresas.

Então, depois de concluir o curso, é possível se candidatar a vagas juniores. Essas vagas são de cargos iniciantes, que exigem um conhecimento básico de cada faceta da programação, mas também permitem que o aluno encontre espaço para praticar. 

Por exemplo, um cargo junior em uma empresa educacional é uma oportunidade de desenvolver programas para participação de alunos e professores em salas de aula. 

Já em empresas de segurança, a manutenção de sistemas exige do programador um olhar atento aos pontos de ataque e quebra. Aqui, ele aprende a solucionar erros de forma rápida e ter criatividade para oferecer ideias novas.

Na área da criação de jogos, um programador tem que ter conhecimentos de design e experiência do usuário, mesmo que vá ter o apoio de um profissional qualificado. Já em setores como saúde, a agilidade é fundamental para os softwares cotidianos. É o programador que auxilia processos de gestão, acompanhamento e prontuário de pacientes.

Por isso, ter uma noção básica da lógica de programação e dos campos de atuação é uma alavanca para a carreira na área, principalmente para os iniciantes.

Mantenha o networking

Mesmo depois de entrar no mercado de trabalho, o networking continua sendo fundamental. É conversando com outros programadores que se aprende sobre as novidades do mercado, os recursos tecnológicos e as oportunidades profissionais.

Continue estudando

Depois de completar uma imersão, você pode praticar de outras formas. Participe de cursos extensivos, de workshops, desafios em eventos e até tutoria de futuros programadores. Dessa forma, você segue praticando diferentes segmentos da programação e ainda contribui para a difusão e democratização da tecnologia, o que beneficia o mercado como um todo.

A Sirius oferece cursos de graduação, fellowships e atividades in company para qualificar e especializar programadores. Agora que você já sabe tudo sobre o bootcamp, conheça aqui nossos cursos!

Sirius Educação

Somos uma escola de tecnologia, digital e diferente do tradicional. Permitimos uma jornada de aprendizagem individual, voltada à prática e altamente conectada com o ecossistema de inovação. E o mais importante, temos um olhar humano para o desenvolvimento do aluno ou aluna, empoderando-as para o futuro.

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