Se a primeira impressão é a que fica, no mundo do trabalho o currículo funciona como a primeira apresentação ao recrutador. É o momento de demonstrar, de forma sintética, suas habilidades, experiências, competências e perfil profissional. Assim, as habilidades para colocar no currículo são de grande importância.
Escrever o próprio currículo é exercitar habilidades empreendedoras. O marketing pessoal desenvolvido nesses casos define se a empresa irá comprar a sua ideia de participação na equipe. É um momento de autoconhecimento e de entender como apresentar essas características para o mundo.
É por meio do currículo que o recrutador poderá compreender o seu nível de compatibilidade em relação à vaga. Portanto, é preciso ter clareza na descrição das atividades exercidas em suas experiências anteriores, e como você desenvolveu ferramentas a partir dessas vivências.
Um dos erros mais comuns é inserir excesso de informações, o que torna esse documento de difícil leitura. O currículo é a porta de entrada para as demais fases do processo seletivo, como testes, dinâmicas, entrevistas, etc.
Para algumas vagas em que o conhecimento técnico precisa ser comprovado, é possível inserir um portfólio anexo a esse documento. São diferentes formas de criar uma narrativa sobre o profissional que você é, e que deseja ser, a partir da nova experiência que se propõe a abraçar na empresa que faz a seleção.
Além da descrição de suas formações e experiências, o currículo precisa carregar seus objetivos e pontos fortes para atingi-los. Desse modo, o uso de listas de habilidades e competências é essencial.
Diferentes áreas precisam de diferentes tipos de currículo, mas algumas habilidades e competências podem ser ferramentas comuns em diferentes setores. Confira neste post dicas para melhorar seu currículo, e 15 habilidades que podem ser incorporadas a esse documento.
Quais as diferenças entre competências e habilidades?
Para aprender como desenvolver um currículo que seja correspondente à vaga que está concorrendo, é necessário entender como inserir habilidades e competências no documento, e a diferença entre essas duas formas de demonstrar aptidão para o trabalho a ser desempenhado.
Apesar de serem usados como sinônimos, e terem significado parecido, esses termos não são 100% correspondentes.
As competências são aqueles conhecimentos desenvolvidos a partir do estímulo, como algum curso, ou experiência mais prática. São mais facilmente aplicáveis como ferramentas de trabalho, pela sua característica relacionada às rotinas das atividades desempenhadas.
Já as habilidades são mais ligadas ao perfil da pessoa, características conectadas ao seu modo de ser. As habilidades, apesar de ser algo que o profissional traz consigo, podem ser estimuladas, para que sejam potencializadas a partir da prática.
Elas se relacionam a partir do desenvolvimento das competências, que pode ser favorecido por algumas habilidades específicas. Essas características pessoais auxiliam o profissional a tornar-se cada vez mais capacitado nas práticas que se propõe a aprimorar, ou seja, na construção e melhoria de competências.
Um exemplo disso são pessoas que demonstram grande habilidade para a escrita, e tornam-se jornalistas, ou pessoas que demonstram habilidade com números, e tornam-se professores de matemática.
Nesses casos as habilidades não bastam, é preciso que a formação de competências construa o repertório profissional como, por exemplo, no somatório do desenvolvimento por meio do ensino regular e superior.
Mesmo que alguém sempre tenha tido grande habilidade em alguma área, se não for feito um trabalho de desenvolvimento de competências, é provável que essa pessoa fique limitada, sem chegar ao potencial máximo de sua habilidade, e sem vivenciar outros conhecimentos, que seriam complementares.
Onde e como inserir as habilidades no currículo?
Agora, pensando em termos práticos, como é possível inserir habilidades e competências no currículo, de modo que o recrutador consiga ter dimensão das ferramentas que você dispõe para executar o trabalho que você pretende assumir?
Não existe fórmula certa e, cada vez mais, notamos currículos criativos, com diferentes formas de apresentar as informações necessárias. Portanto, estudar currículos de outras pessoas que trabalham na mesma área que você pretende atuar, é essencial para entender o melhor modo de descrevê-las.
Outra dica é que as suas habilidades precisam ser evidenciadas por outros elementos do seu perfil profissional, como formações realizadas, experiências anteriores, certificações, etc. Isso demonstra que você não apenas possui essa habilidade, mas sabe operacionalizá-la para o dia a dia do trabalho.
Muitas vezes listas simples, sem grandes explicações, já são suficientes para demonstrar habilidades e competências. Os tópicos tornam a sessão mais resumida, e de leitura fácil, o que é atrativo para o recrutador que recebe muitos outros currículos.
Caso sinta necessidade de contextualizar os tópicos, é possível utilizar uma estrutura mais completa, em que – utilizando uma linha – você consiga correlacionar a habilidade a uma dimensão prática do seu trabalho, como por exemplo: “Capacidade de liderança demonstrada a partir de trabalhos de coordenadoria desenvolvidos na empresa x”.
Outra forma de demonstrar essas aptidões é usando um infográfico. Com a demonstração por meio de barras, é possível delimitar uma porcentagem de domínio de cada habilidade ou competência. Isso dá ao recrutador uma dimensão relacional das suas capacidades.
Não vale mentir, seja sincero sobre suas habilidades e utilize a sessão “objetivo” do currículo, ou a entrevista, para demonstrar seu interesse em se aprimorar. Os recrutadores possuem modos de testar as informações disponibilizadas, então a honestidade e vontade de crescer pode ser um ponto a seu favor.
Quais são as diferenças entre soft skills e hard skills?
As hard skills e soft skills são complementares. A primeira corresponde a habilidades técnicas, a segunda a habilidades pessoais. É bem comum que a descrição de uma vaga separe os pré-requisitos desta forma, portanto, essa também pode ser uma abordagem interessante para o seu currículo.
Elas são complementares, ou seja, para se desenvolver bem no ambiente de trabalho, o profissional precisa ter habilidades pessoais que fazem com que seu conhecimento técnico possa ser melhor aproveitado dentro da empresa ou instituição.
No caso do setor de tecnologia, por exemplo, muitos trabalhos são desenvolvidos em equipe. Então, por mais que um profissional seja o mestre daquela linguagem específica, sua incapacidade de colaborar em um projeto pode ser fator decisivo para barrar sua contratação.
A colaboração em hubs de tecnologia, em códigos open source, demonstram essa noção de comunidade, o que funciona como validação da informação “colaborativo” na lista de habilidades e competências.
A comprovação de hard skills se dá por meio de certificados, diplomas, portfólio e testes. Podem ser aprimoradas com novas formações e práticas, ou seja, na construção de sua habilitação para trabalhar em determinada área.
Já as soft skills estão muito ligadas ao comportamento dos indivíduos, e seu desenvolvimento pode se dar de forma inspiracional. É possível desenvolver melhor sua capacidade de liderança a partir de um treinamento, por exemplo.
Quem deseja se tornar mais organizado pode até assistir a palestras sobre o tema, mas apenas a estruturação das atividades e da rotina poderá promover uma mudança substancial na forma de se organizar.
Todos têm alguma habilidade social que pode ser aprimorada, e tantas outras podem ser desenvolvidas. As empresas e instituições possuem diversas formas de testar as soft skills, seja por meio de dinâmicas, testes ou entrevistas.
Confira 15 exemplos de habilidades para colocar no currículo
É inegável que a forma de sistematizar as informações sobre si no currículo faz parte da avaliação das empresas na hora de buscar um novo colaborador para as suas atividades.
Saber como ressaltar seus pontos fortes, e o caminho traçado para construí-los, reforça a confiança e autoestima, além de ser imprescindível na busca pela colocação no mercado de trabalho.
Agora que você já entende a importância das habilidades e competências, hard e soft skills, para o seu currículo, que tal conhecer algumas dessas características? Separamos 15 exemplos para você se inspirar, confira!
Soft Skills
1. Comunicação
Saber como se comunicar é um passo importante na construção de boas relações no trabalho. Também auxilia na construção de projetos coletivos.
2. Foco em resultados e senso de dono
Essas são soft skills muito requeridas no mercado de trabalho. O senso de dono faz a prosperidade da empresa ser um dos objetivos dos colaboradores, o que impacta diretamente nos resultados.
3. Liderança
Mesmo que não trabalhe diretamente em um cargo de liderança, essa soft skill desenvolve a capacidade de orientar e inspirar colegas de trabalho.
4. Autonomia e autogestão
Especialmente com as novas modalidades de trabalho à distância, saber como se desenvolver e gerir seu tempo e recursos é altamente desejável.
5. Inteligência emocional
Saber reagir a um feedback, entender o momento de buscar ajuda, e saber administrar as emoções, sejam elas leves ou mais densas, faz parte da construção da inteligência emocional.
6. Flexibilidade
A flexibilidade e capacidade de se adaptar a mudanças garante que o empregado esteja apto para lidar com situações adversas, com a resiliência necessária.
7. Criatividade
Ser criativo auxilia na busca por soluções inovadoras, o que coloca o empregado, e o negócio, à frente em seu setor.
8. Princípios éticos
Em tempos de valorização da transparência, e da instauração de setores inteiros de compliance nas empresas, saber seguir princípios éticos e a cultura da empresa é fundamental.
Hard skills
1. Fluência em idiomas
A fluência em idiomas, em algumas áreas, não é apenas um extra, mas uma habilidade necessária nas atividades diárias, em que é necessário ter contato com material em idiomas diferentes, e até mesmo com colegas, clientes e fornecedores de outros países.
2. Uso de banco de dados
A estruturação de dados faz parte da maioria das empresas, e algumas formações podem direcionar os empregados na busca por conhecimentos sobre esses repositórios.
3. Certificação relacionada a uma linguagem
No mercado de tecnologia, o domínio de uma linguagem específica ou da lógica da programação é uma hard skill que pode ser demonstrada através de portfólio, teste ou formação,
4. Conhecimento em softwares
Saber como utilizar softwares inseridos na rotina profissional é uma das demandas institucionais. Esse conhecimento também é considerado uma hard skill.
5. Conhecimento sobre equipamentos
Alguns setores demandam conhecimento em software, mas também requerem domínio do uso de maquinários, hardwares, equipamentos e/ou veículos.
6. Gestão de pessoas
A gestão de pessoas é uma hard skill altamente relacionada com uma soft skill anteriormente citada, que a liderança. Ela pode ser comprovada a partir de experiências prévias ou formações.
7. Gestão de projetos
Muitas empresas trabalham com projetos, já que essa modalidade de atuação busca atingir as metas dentro de recursos e restrições específicas. Saber gerir projetos reduz custos, aumenta a eficiência e o moral da equipe.
Quais habilidades o mercado de tecnologia precisa?
Entre hard e soft skills, algumas habilidades figuram cada vez mais nas vagas de emprego da área de tecnologia. Entre elas, podemos citar a experiência com inteligência artificial (IA), conhecimento de ciência de dados, realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR), entre outras.
Leia também: Saiba o que é um cientista de dados, o que faz, salário e qual curso fazer para se tornar
Além disso, algumas linguagens são requisitos mais comuns na área de desenvolvimento, como Java, Python, C/C++, R, Go, Swift, PHP, etc.
A experiência com métodos ágeis, com o apoio de ferramentas como Scrum, XP ou Kanban, e na gestão de projetos, demonstra capacidade de atuar em propostas que envolvem profissionais de várias áreas e colaboram para demandas do mercado de tecnologia.
Essa é uma soft skill bastante procurada: saber como trabalhar em equipe, mesmo que os profissionais tenham perfis e trabalhos diferentes. Outras habilidades interpessoais altamente demandadas são a autogestão, capacidade de adaptação, boa comunicação, pensamento crítico e criativo.
Independente de qual a linguagem você domina, ou quais cursos concluiu, o mercado de trabalho espera uma postura pró-ativa, que goste de desafios, e que se sinta apto a crescer cada vez mais.
As empresas têm trabalhado para tal, oferecendo estímulos de formação, e valorizando a construção de habilidades, dentro e fora do horário de trabalho. Demonstre que tem buscado uma trajetória de melhoria contínua, e com certeza novos caminhos de aprimoramento irão surgir.
Agora que você já conhece 15 habilidades para colocar no currículo, confira nosso artigo Portfólio de desenvolvedor: 9 modelos, dicas e passo a passo para o seu.