A inserção da internet em nossas vidas está cada vez mais avançada. Nos relacionamos com conhecidos de forma online, estudamos, trabalhamos e realizamos diversas compras. Com a pandemia de covid-19, devido a necessidade do isolamento social, a rede foi fundamental para um bom funcionamento da sociedade.
Neste sentido, a tecnologia e a informática precisam evoluir a todo instante, afinal, as necessidades vão se tornando cada vez mais complexas. Hoje trabalhamos com conceitos, como big data, cloud computing, inteligência artificial e etc., que não seriam pensados no passado.
Entretanto, independente do nível do que se pretende aplicar online, um fator é imprescindível: a linguagem de programação. É ela o princípio básico que traz a funcionalidade à internet.
Neste artigo vamos tratar de Python, uma das linguagens de programação mais usadas e também uma das principais. Aqui veremos o que é, para que serve, frameworks, mercado de trabalho e também como aprender. Boa leitura!
O que é Python?
Python é uma linguagem de programação, isto é, um conjunto de códigos, instruções e regras utilizados para criar um software que, por sua vez, cumpre alguma função específica. Em outras palavras, Python possibilita a criação de diversas aplicações para variados dispositivos.
Seu grande diferencial – e motivo de ser criado – é a simplicidade de seu código. A programação desenvolvida no Python é extremamente objetiva, requerendo bem menos linhas do que outras linguagens.
Além de ser de fácil entendimento, a linguagem ganha público também por outra característica: seu código é aberto e sua utilização é gratuita. Com essa soma de características, Python é muito utilizado no mundo inteiro, sendo, inclusive, compatível com a maioria dos sistemas operacionais.
Como se deu a criação e a evolução de Python?
Em 1989, com a finalidade de desenvolver uma linguagem de programação mais acessível, tanto por ser gratuita quanto por ser mais simples, Guido van Rossum criou a linguagem Python no Centro de Matemática e Tecnologia da Informação (CWI), na Holanda. A publicação de seu código só se deu em 1991, com a versão 0.9.0.
Apesar de ser um pensamento comum, principalmente com a logo formada por duas cobras, o nome Python não foi pensado por causa do animal. A escolha foi feita pensando em um nome simples e forte, fácil de recordar, sendo tirado do grupo de humor britânico Monty Python, idolatrado pelo criador da linguagem.
Python 1.0
A versão foi lançada em 1994, trazendo novas funções, como filter, lambda, map e reduce. Ela foi desenvolvida ainda na CWI, onde Guido lançou também a versão 1.2. Em 1995, já desvinculado do Centro de Tecnologia, as atualizações foram deixando a linguagem cada vez mais acessível.
Python 2.0
Já em 2000, Python 2.0 foi lançado trazendo ainda mais inovações, como a criação de listas e a capacidade de recolher o “lixo” dentro do código, graças às referências cíclicas. Outro fato importante desta época foi a criação do Python Software Foundation, em 2001, que passou a deter, desde o Python 2.0, todo o código, documentação e especificações da linguagem.
Python 3.0
Por fim, em 2008, surge o Python 3.0, que era destinado a resolver problemas no design da linguagem. Apesar de se manter como uma linguagem simples, essa versão possibilitou que diferentes formas pudessem programar um mesmo elemento, o que demandou uma evolução quanto à eliminação de duplicidades.
Um outro detalhe fundamental é que esta versão interrompeu a compatibilidade com as outras, não possibilitando que os códigos do 2.0 sejam abertos no 3.0 e vice-versa. Deste modo, no site do Python é possível achar para download as duas últimas variações.
Para que serve Python?
Devido às diversas características que transformam Python em uma das linguagens de programação mais vantajosas entre os programadores, seu uso se tornou extenso. Deste modo, Python foi agregando aplicações que são extremamente importantes e famosas no mundo da tecnologia.
A facilidade de escrever, e principalmente de entender a linguagem, fez com que ela fosse bem aceita por profissionais da tecnologia que não necessariamente são programadores. Hoje em dia, seus principais destaques estão nas áreas de banco de dados, inteligência artificial e automatização de tarefas.
Entretanto, as possibilidades com Python são amplas. Veja algumas delas:
1 Big Data
O big data é a análise de uma enorme quantidade de dados, dando resultados mais completos e acertados. Em uma era em que a informação é a chave para o sucesso, essa tecnologia tem ganhado cada vez mais destaque.
Nesse sentido, Python sai à frente ao lidar com big data, ganhando espaço pela sua capacidade de criar scripts e contar com múltiplas bibliotecas. Com a linguagem de programação você poderá processar, interpretar e exibir os dados de forma eficiente e objetiva.
2 Scripting e automação
Semelhante ao que é feito no cinema, o scripting é uma sequência de instruções para que uma tarefa seja cumprida, de acordo com o que foi programado. Já a automação é o processo de preparar as máquinas para realizar um trabalho, sem ser necessário a intervenção humana.
Somando esses dois conceitos, em Python o trabalho pode ser simplificado, reduzido e mais eficiente. O profissional não precisa perder tempo com tarefas repetitivas, além de diminuir os erros durante o trabalho.
3 Desenvolvimento web
Uma das principais e maiores tarefas do Python – e das outras linguagens de programação – é o desenvolvimento web. Aqui, você poderá produzir programas para sites e aplicativos, com diversos recursos e funcionalidades.
Python é capaz de lidar com as principais demandas das empresas quanto à presença e atuação online. A linguagem é capaz de fazer:
- ações de marketing;
- planejamento de recursos empresariais;
- vendas online, etc.
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4 Enquadramento de testes
Realizar testes pode ser uma tarefa difícil e maçante para um programador, porém com essa linguagem, isso pode ser diferente. Python conta com uma grande quantidade de estruturas de testes integradas, que facilitam o trabalho de conferir se sua aplicação está de fato funcionando para tudo aquilo que foi planejada.
5 Inteligência artificial
A inteligência artificial é a capacidade da “máquina” de realizar atividades simulando a mente humana, conseguindo aprender à medida que vai trabalhando. E Python também consegue ser bastante útil para esta ferramenta.
Um exemplo de inteligência artificial que utiliza Python é a pesquisa do Google. Os algoritmos são capazes de compreender qual será sua busca antes mesmo de ela ser completamente digitada, além de fornecer as respostas corretas para o que se está buscando.
6 Computação gráfica
Por fim, a linguagem consegue entrar até mesmo na produção de computação gráfica. Existem pacotes específicos criados para trabalhar esse aspecto, como o PyOpenGL e o PyGame.
Para se ter uma ideia, a empresa que produz os efeitos para os filmes atuais de Star Wars utiliza o Python em suas produções. Além disso, o Blender, importante software que trabalha com a confecção de gráficos 3D, também trabalha com o Python como linguagem principal.
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Qual a diferença entre linguagem de programação, de marcação e de estilo?
Como já indicamos, Python é uma linguagem de programação, afinal, trabalha na criação de aplicações e softwares. Para quem não tem muito contato com a área de desenvolvimento web, provavelmente irá tratar toda e qualquer linguagem como de programação.
Esse é um erro comum, pois as pessoas leigas no assunto costumam relacionar todos os tipos de linguagem como se fossem um só. Ainda mais quando estas se complementam em tarefas, unindo seus recursos para trazer resultados mais avançados.
Muita gente acredita que o HTML é uma linguagem de programação, mas isso não está correto! Estamos, nesse caso, diante de uma linguagem de marcação, que trabalha nos sites com a finalidade de estabelecer a organização de cada item dentro de uma página.
De outro lado, temos também o CSS, que representa as linguagens de estilo. Como o nome já indica, ele é inserido no HTML para personalizar um site ou um aplicativo, deixando-o atrativo e diferente dos competidores.
A combinação destes três tipos de linguagem é fundamental para a internet que temos hoje, afinal, chegamos ao ponto em que precisamos contar com estrutura, aparência e funcionalidade. Quanto mais o programador souber de cada um desses códigos, melhor será o resultado final.
Se fizermos uma comparação com uma casa, iremos ver que a linguagem de marcação seria a disposição estrutural que determina o lugar de cada cômodo e a linguagem de estilo seria a sua decoração. Já Python entra no papel dos recursos que permitem que a cozinha seja própria para preparar alimentos e os quartos para dormir, por exemplo.
Por que aprender Python? Confira 8 motivos!
De maneira geral, aprender qualquer linguagem – principalmente uma de programação – é muito importante e gratificante, ainda mais para quem pretende se introduzir no ramo da tecnologia. As linguagens possuem diversas utilizações, abrindo um mundo de oportunidades para quem as domina.
Com Python, há a grande vantagem de ser uma linguagem simples, tanto para aprender quanto para programar. Além disso, podemos contar com outros benefícios, veja agora:
1 Multiplataforma
Já que conta com o ideal de popularizar e simplificar a programação, nada mais justo do que Python ser multiplataforma. Isto é, a linguagem tem versão que roda em diversos sistemas operacionais, entre eles Windows, Linux e macOS.
Somado a isso, a linguagem ainda possui distribuições portáteis. Com isso, o software do Python pode ser utilizado em um pen drive, facilitando o trabalho do programador.
2 Gratuito
É isso mesmo! Não é preciso pagar para utilizar Python, o software tem uma licença de uso livre.
Além disso, Python é uma linguagem de código aberto, tendo a possibilidade de fazer download do seu código fonte em linguagem C e realizar alterações. É possível, deste modo, criar ainda mais.
3 Fácil de usar
A sintaxe do Python é mais simples, tornando-se mais fácil de aprender e de utilizar do que as outras linguagens. Com uma sintaxe descomplicada que não requer a utilização de ponto e vírgula no final das declarações e chaves para especificar os comandos de estruturas de repetição, o trabalho se torna menor.
4 Conta com diversas bibliotecas
Para quem não sabe, as bibliotecas de Python são um agrupamento de funções e módulos que diminuem o uso de código no programa trabalhado, facilitando o processo de criação. Cada biblioteca pode ser usada para fins diferentes, cabendo específicas para automação, data science, reconhecimento de pessoas, etc.
Como a linguagem democratiza a internet, ela conta também com diversas bibliotecas gratuitas. Hoje em dia, a comunidade Python já conta com mais de 137 mil bibliotecas!
5 Possui amplas possibilidades
Como já explicamos no subtítulo sobre a atuação de Python, sua abrangência é bem grande no mundo da programação. Sua enorme gama de possibilidades nos deixa trabalhar com automação, machine learning, ciência de dados e muito mais.
Além disso, as outras vantagens já citadas acima também ampliam seu uso. Afinal, ser gratuito e simples – e ainda por cima contar com milhares de bibliotecas que reduzem o trabalho – aumentam bastante seu escopo de atuação.
6 Ótimo para o trabalho em equipe
Ao criar um grande aplicativo ou site, é natural que o trabalho seja desenvolvido em equipe. E Python pode ser a linguagem perfeita para isso, afinal, é de fácil compreensão, podendo englobar mais profissionais em sua elaboração.
7 Favorável para testes e correções
Não tem segredo: com um código simples e reduzido, fica extremamente mais fácil localizar e corrigir os erros, até porque muitas funções serão importadas das bibliotecas. Somado a isso, como já dissemos no artigo, o Python também conta com diversas estruturas de teste integradas.
8 É bem popular no mercado
Diversas empresas utilizam o Python em seus sites e softwares, mostrando que a linguagem é de fato bem útil e vantajosa de se aprender. Além disso, indica também que há uma boa recepção do mercado para profissionais que saibam essa linguagem, possibilitando boas opções de emprego.
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Quais são os principais frameworks de Python?
Para quem está começando no estudo das linguagens e ainda não sabe, os frameworks são estruturas que servem de base para a criação de um novo software. Com eles, não é necessário construir um site do zero, servindo como um esqueleto para reduzir o trabalho com diversas tarefas que se dão de forma repetida.
O framework, assim como a biblioteca, é escolhido de acordo com a finalidade para qual será aplicado, ou seja, para o tipo de programa construído. Vamos citar agora alguns dos principais:
Django
O Django é um framework gratuito, de código aberto, que conta com uma estrutura de alto nível para criar aplicativos complexos. Conta ainda com muitas bibliotecas e com alta capacidade de reutilização, deixando grandes projetos mais fáceis.
Muitas empresas utilizam o Django, como Instagram e Mozilla, e ele também serve de base para diversos bancos de dados, como MySQL, PostgreSQL e Oracle. Algumas de suas principais características são:
- URLs amigáveis;
- sistema de templates;
- mecanismo de autenticação;
- suporte para aplicações multi-idioma; e
- facilidade para lidar com banco de dados.
Flask
O Flask é um microframework, extremamente simples, feito especialmente para o desenvolvimento web. Ele não possui ligação com bancos de dados, validação de formulários ou outros componentes. Mesmo sendo pensado para o uso em projetos pequenos, ele é aproveitado pelo Pinterest e pelo LinkedIn.
Hug
Este é um microframework que é capaz de competir com os frameworks mais fortes e modernos, pois conta com uma performance irretocável. Ele pode processar 3000 requisições a cada segundo, além de ter um código bem menor que os outros. Em seu site, o Hug é descrito como “Intuitivo. Claro. Extremamente simples.”
Web2Py
Aqui temos mais um framework de código aberto, pensado para programar conteúdos web dinâmicos. O Web2Py é baseado no Ruby on Rails e no Django e possui integração com vários bancos de dados.
Para ter uma boa organização em seu código, ele segue o modelo MVC (Model-View-Controller). Além disso, ele é autocontido, isto é, o que é necessário para desenvolver uma programação já faz parte de suas bibliotecas.
Passo a passo para aprender Python
Se o seu interesse pela linguagem de programação cresceu, é hora de pensar em uma estratégia para aprendê-la. Como já dissemos exaustivamente, o Python é simples, entretanto, para trabalhar com ele é preciso dedicação.
Cada pessoa tem uma maneira melhor para aprender algo novo, até porque cada um de nós funciona de forma diferente. Todavia, existem algumas etapas que acreditamos serem válidas para a maioria. Veja a seguir:
1 Conheça Python
De início, é fundamental se familiarizar com a linguagem. Você deve saber para que serve, suas características principais, benefícios e desvantagens. Ler este texto, por exemplo, já foi um bom início para conhecer o Python e saber se pretende aprendê-lo.
2 Estude
Para aprender algo novo, esse sempre será o principal passo, estudar. Você pode escolher diversas formas para isso, como por exemplo:
- estudar a linguagem dentro de um curso superior voltado para tecnologia;
- realizar bootcamps;
- buscar cursos online;
- assistir vídeos no YouTube.
De toda forma, é imprescindível buscar a teoria para compreender a prática. Além de simplesmente saber fazer, é importante conhecer o porquê de cada etapa da programação.
Leia também: 18 livros de programação fundamentais para quem está iniciando
3 Instale o programa
Diferente do HTML, que pode ser criado apenas com um editor de texto, é necessário instalar o Python em seu computador. Os modelos da Apple e Linux já contam com o programa, cabendo a instalação para o Windows. É também possível programar na nuvem.
Ainda, é importante pensar qual versão você pretende usar: a 2 ou a 3. Alguns programas antigos rodarão apenas com o Python 2, enquanto a última versão apresenta recursos que aprimoram bastante sua criação.
4 Porcure sobre os frameworks e bibliotecas
Não há necessidade de começar um software do zero, pois contamos com recursos extremamente úteis para reduzir o trabalho no Python. Os frameworks são programas que apresentam a base para uma nova programação, enquanto as bibliotecas apresentam funções para simplificar o código a ser criado.
5 Inicie um projeto
Mesmo durante os estudos, é fundamental iniciar um projeto. Afinal, não há nada melhor no processo de aprendizagem do que unir a teoria com a prática.
É importante saber que você não precisa criar super programas, devendo sempre começar pelo básico e ir escalando na produção, sem medo de cometer erros.
6 Tire suas dúvidas
Você só conseguirá alcançar o máximo do Python se resolver suas dúvidas e, felizmente, o Python conta com boas soluções para isso. Como se trata de uma comunidade que trabalha bastante com o código aberto, os meios de obter ajuda são bem fortes. Você pode contar com:
- Guias de referências
- Fóruns online
- Vídeos no YouTube
7 Faça testes
Em tudo que fazemos, aprendemos mais com o erro do que com o acerto. Seguindo essa premissa, é sempre importante realizar testes para perceber falhas e possíveis melhorias em seus códigos. Quanto mais se experimenta com Python, melhor será o desenvolvimento do programador.
8 Trabalhe em outros códigos
Além de trabalhar em seus projetos, você também poderá mexer em códigos de outras pessoas. Essa prática é bem enriquecedora por desafiar o desenvolvedor a trabalhar em algo que ele não está familiarizado. Graças aos códigos abertos, é fácil localizar programações na internet e trabalhar em cima delas.
Quanto ganha um desenvolvedor em Python?
O mercado de trabalho para tecnologia, informática e internet está cada vez mais interessante. Não podemos esquecer que o uso de recursos virtuais só tem aumentado e a previsão é de crescer ainda mais.
As linguagens de programação também ganham muito neste cenário, afinal, elas são necessárias para basicamente todos os segmentos da área. O Python também se destaca por ser uma linguagem fácil, democrática, versátil e em constante evolução.
Trabalhando com Python, o desenvolvedor pode contar com uma das maiores médias salariais entre as linguagens de programação. Veja agora alguns valores:
- R$4.418,00, segundo os dados da glassdoor;
- R$4.130,00, indicado pelo site vagas;
- R$5.500,00, de acordo com o talent.
Apesar dos números serem bons, é imprescindível se preparar para o mercado. Contar com uma boa formação e com ricas experiências é o que faz o programador se destacar e conquistar os melhores salários.
Esperamos que este guia tenha tirado todas as suas dúvidas acerca de Python. Leia agora sobre paradigmas de programação: o que são, principais paradigmas e como aprender