Banco de dados: entenda o conceito, os tipos e importância

Criar um banco de dados pode parecer uma tarefa complexa, mas existem ferramentas que ajudam o cientista de dados a montar e manter esses recursos. Com um banco de dados, é possível analisar informações, tendências e ciclos, seja de clientes, produtos, estratégias ou planos de desenvolvimento.

Um banco de dados é um ativo de enorme valor para empresas e organizações. É com ele, por exemplo, que elas refletem sobre resultados, observam tendências e criam planos de ação para o futuro de suas operações.

Por exemplo, imagine que uma instituição de ensino quer divulgar a criação de um novo curso de graduação. Como ela encontra potenciais alunos? Explorando estratégias de marketing baseadas em dados

Isso é, a instituição deve olhar para o público já existente, o público que gostaria de atingir e encontrar a melhor forma de fazer isso. Mas a pesquisa exige dados e aqui entra o banco!

Se, captando informações, a empresa descobre que grande parte dos alunos busca conhecimento prático de mercado para sua profissão, ela pode destacar essa proposta educacional na hora de fazer o marketing e captar novos estudantes.

O mesmo, por exemplo, ocorre no desenvolvimento de novos produtos. Se uma empresa de cosméticos quer analisar as tendências de consumidores, ela precisa ter uma base de dados robusta sobre suas vendas e planejar de acordo com o que pode atingir os clientes desejados.

De forma geral, os cientistas de dados analisam e relatam as informações obtidas pela coleta de dados e auxiliam as empresas e instituições na tomada de decisões, seja para gestão, cultura ou marketing.

Esse profissional, visto como um profissional do futuro, tem grande valor para as empresas. Por isso, a formação em ciência de dados tem ganhado popularidade entre o setor da tecnologia: hoje, a média salarial para quem trabalha em data science é de R$7,4 mil por mês.

O que é um banco de dados?

Um banco de dados é um conjunto dedicado de arquivos que mostram informações relacionadas ao mesmo tema. Podem ser voltados para a pesquisa científica, organizações governamentais, estratégia de conteúdo, desenvolvimento de produtos, pesquisa de público e muito mais.

Uma das principais características de um banco de dados é que ele une coleções de informações que podem ser acessadas para facilitar a pesquisa e a tomada de decisões. Então, por exemplo, se um cientista quer acessar os resultados de um experimento realizado em anos anteriores, ele terá um caminho para encontrá-los já definido.

Para empresas de qualquer porte, em especial as maiores, é fundamental ter um banco de dados organizado. Isso porque é ele que permite que gestores e colaboradores encontrem os recursos que necessitam para desenvolver seu trabalho.

Outro ponto importante é que o banco de dados existe como sistematização estrutural do conteúdo e, por isso, tende a manter uma organização ao longo do tempo. Para que isso seja possível, é importante que o sistema de gerenciamento de banco de dados utilizado tenha os recursos que a empresa precisa

São esses sistemas que armazenam, acessam e extraem informações, além de minimizar o tempo gasto e os erros de gestão manual.

Nesse sentido, existem tanto bancos de dados em pequena escala, que exigem apenas armazenamento na rede empresarial, quanto grandes quantidades de informação que precisam de ferramentas mais robustas.

Em todos os casos, é importante frisar que um bom banco de dados auxilia os cientistas a encontrar e extrair as informações coletadas, com segurança e produtividade.

Leia também: Saiba quais são as diferenças e o que escolher: ciência da computação ou engenharia de software?

Qual o histórico do banco de dados?

A revolução digital trouxe muitas mudanças para diversos segmentos econômicos, e o uso de dados é uma delas. Enquanto no passado as informações valiosas de uma empresa estavam em arquivos físicos ou planilhas, de forma desconexa ou de difícil acesso, hoje, os sistemas de gestão e desenvolvedores trabalham para tornar esse ativo um recurso acessível.

Assim, atualmente, toda empresa deve armazenar informações com frequência, o que exige softwares dedicados de gestão. Dependendo da demanda e da organização do banco que o usuário deseja, existem softwares como Microsoft Access, Azure, Oracle, IBMDB2, MariaDB e muitos outros, gratuitos ou pagos.

A legislação acerca dos dados

Com o crescimento dos dados como recurso de gestão, surgiu a necessidade de regular a utilização deles por empresas e instituições. Legislações foram instituídas ao redor do mundo para fiscalizar o uso. 

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi sancionada com o objetivo de dar ao titular dos dados maior controle sobre quando e como eles são utilizados. A lei tem como objetivos:

“I – o respeito à privacidade;
II – a autodeterminação informativa;
III – a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;
IV – a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V – o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI – a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VII – os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.”

Nesse sentido, está assegurado aos titulares o acesso a informações claras sobre como seus dados serão utilizados e a necessidade de consentimento a essas ações. Ainda, a remoção desse consentimento, atualização dos dados errados e detalhes sobre quais informações a empresa coleta.

Quais são os tipos de banco de dados?

Existem dois formatos diferentes de bancos de dados, com objetivos e vantagens distintas. Um banco de dados relacional, ou banco de dados SQL, possui uma estrutura fixa, em que cada informação é linkada com todas as outras. Confira mais detalhes abaixo!

Orientado por tabelas, esse sistema segue uma formatação rígida, que permite alterações sistemáticas. SQL significa Search Query Language, a linguagem padrão de extração de informações em diferentes ferramentas de gestão de dados.

Um exemplo de uso desse tipo de banco é no vaso de clientes de uma loja. Se o gerente precisa acessar um pedido específico, ele vai no banco de dados, encontra o ID do pedido e, com ele, acessa as tabelas de produtos, informações do cliente e da transação. Se ele alterar, por exemplo, o custo total, essa alteração será aplicada nas tabelas associadas.

Esse recurso é interessante de um ponto de vista de previsibilidade e diminuição de erros. Porém, dadas as restrições estruturais, não contemplam a velocidade e o volume de informações na internet. Por isso, não permitem escalabilidade.

No caso dos bancos de dados não relacionais, ou NOSQL (Not Only SQL), as coleções são menos esquematizadas. Compostas por arquivos de diferentes formatos e objetivos, elas não têm a mesma sistematização de informações. 

Por isso, contemplam uma variedade maior de elementos e permitem migração e escalabilidade. Como ponto negativo, está a dificuldade em atualização e a organização de informações desconexas.

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Qual é a estrutura de um banco de dados?

Assim como bancos de dados podem ter funcionalidades diferentes, eles também contemplam tipos hierárquicos diferentes. Isso porque, de acordo com a demanda, eles podem ser organizados de forma a acessar melhor as informações.

No caso do banco de dados plano, as informações são bidimensionais e os dados são concretos. É o caso de tabelas e planilhas digitais, que funcionam como registro das informações em um mesmo plano. 

Já um banco de dados hierárquico organiza as informações de modo similar a uma árvore. Assim como em outros sistemas de classificação, é importante categorizar as informações e dar a elas um nível de especificidade. Por exemplo, se a ramificação “Clientes” se divide em “clientes e commerce” e “clientes offline”, que respectivamente se dividem em “clientes do estado X” e “clientes do estado Y”, os dados estão ligados por essas ramificações.

Os caminhos para extrair informações são, portanto, mais lógicos e direcionam o usuário ao local de dados específicos.

Ao mesmo tempo, um banco de dados pode ser estruturado em rede. Nesse caso, as ligações não são hierárquicas, mas auxiliam no fluxo de busca de informações. Ao acessar uma planilha de nomes de clientes, o usuário pode clicar e ser direcionado para um registro de acessos ao site ou informações relevantes sobre compras efetuadas.

Como usar um banco de dados?

Para extrair e modelar as informações de um banco de dados, é preciso saber lidar com ele. Programadores freelancers, engenheiros de software e cientistas de dados utilizam a linguagem (SQL) para mesclar e dividir informações e encontrar o dado que buscam.

Conheça alguns dos principais comandos e sua aplicação:

CREATE: cria novas tabelas em um banco de dados

Como o SQL tem uma sintaxe simples, os comandos têm uma curva de aprendizado facilitada. No caso da criação de novos conteúdos, o comando CREATE DATABASE infos da empresa cria a base de dados com o nome “infos da empresa”.

A partir daí, segue a mesma lógica: CREATE TABLE nomes de clientes (id, nome, sobrenome) vai abrir uma tabela dedicada a essa função.

SELECT: seleciona registros na tabela

Agora imagine que você precisa encontrar todos os clientes com o sobrenome Souza em uma base de dados. O comando SELECT nome, sobrenome FROM nomes de clientes WHERE sobrenome = “Souza”. Pronto, o sistema selecionará os registros em que o campo sobrenome é Souza. 

Essa mesma lógica pode ser aplicada, por exemplo, para filtrar clientes por localidade, informações sociais, interesses, etc.

INSERT: adiciona registros a uma tabela

Agora imagine que a empresa adquiriu novos clientes. É preciso inserir suas informações na base de dados. Portanto, o comando INSERT into nomes de clientes (nome, sobrenome) values (‘João’, ‘Souza’) será o aliado.

UPDATE: atualiza os dados já inseridos

Se o João Souza na verdade se chama João Sousa e a informação no banco de dados está errada, é preciso atualizar. O comando UPDATE é fundamental para garantir a legitimidade dos dados. Use, nesse exemplo, UPDATE nomes de clientes SET sobrenome “Sousa” WHERE nome = “João”

DELETE: exclui dados de uma tabela

Se o João solicitar a remoção de seus dados do banco da empresa, é preciso usar o comando delete. Supondo que ele seja o 15° registro na tabela e você queira removê-lo. Use DELETE FROM nomes de clientes WHERE id = 15

ALTER: altera uma tabela já criada

Se a tabela em questão exigir alterações, é importante usar a SQL para determinar a nova formatação. Para adicionar um campo de telefone dos clientes à tabela, por exemplo, use ALTER TABLE nomes de clientes ADD telefone INT

DROP: exclui uma tabela inteira do banco de dados

Não precisa mais de um elemento de seu banco de dados? Ele pode ser descartado com o comando drop. Use DROP TABLE nomes de clientes e ela não fará mais parte do conjunto de dados.

Da mesma forma, é possível usar esse comando para deletar bases inteiras, com DROP DATABASE infos da empresa

GRANT: permite acesso a objetos do banco de dados

Para uma base de dados agregar valor à empresa, é preciso que as pessoas corretas consigam acessar e coletar informações. Se o usuário em questão for Joana, por exemplo, use GRANT SELECT, INSERT, UPDATE ON nomes de clientes TO Joana. Agora, ela poderá acessar e alterar aquela tabela. Para tornar os dados públicos no servidor, use GRANT SELECT ON nomes de clientes TO public. Agora todos com acesso ao sistema podem visualizar e pesquisar.

REVOKE: remove o acesso a objetos do banco de dados

Agora imagine que um colaborador da organização, Jorge, mudou de cargo e não precisa mais alterar as informações na tabela de clientes. Ainda assim, ele pode precisar visualizar os dados e fazer uma pesquisa. Então, é preciso alterar as permissões

Use REVOKE UPDATE, INSERT ON nomes de clientes FROM Jorge. Agora, com seu usuário, Jorge poderá apenas executar o SELECT naquela tabela.

DENY: bloqueia acesso para objetos e usuários específicos

Também é possível bloquear determinados usuários do acesso à base de dados e seus elementos. DENY SELECT ON nomes de clientes TO Jorge bloqueia especificamente esse usuário de pesquisar naquele recurso.

A lógica de programação por trás da linguagem SQL é bastante simples e intuitiva. Com a sintaxe derivada do inglês, o gestor do banco de dados consegue organizar e garantir a segurança daquelas informações.

Com isso, ele determina a usabilidade dos elementos e oferece às empresas e organizações um ativo muito importante para o planejamento, as estratégias e o lucro de suas operações. 

Com o avanço do uso de dados em negócios, os conhecimentos em data science são fundamentais para desenvolver uma carreira em tecnologia. 

Esperamos que você tenha compreendido as estruturas e conceitos que envolvem um banco de dados. Agora, saiba o que é big data, como funciona, para que serve e como aplicar.

Foto: Freepik.

Sirius Educação

Somos uma escola de tecnologia, digital e diferente do tradicional. Permitimos uma jornada de aprendizagem individual, voltada à prática e altamente conectada com o ecossistema de inovação. E o mais importante, temos um olhar humano para o desenvolvimento do aluno ou aluna, empoderando-as para o futuro.

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