Guia sobre pensamento computacional: saiba o que, quais os benefícios e como aplicar!

Com o passar do tempo, a educação vem encarando diversas mudanças. Novas metodologias vão surgindo, as tecnologias vão ocupando um lugar de destaque, a relação entre aluno e professor se transforma e até mesmo a forma de pensar passa por alterações.

Em meio às novas formas de lidar com o ensino e de resolver os problemas, o pensamento computacional tem garantido um bom espaço. Ele é mais um retrato dos auxílios da tecnologia para a educação, mostrando uma aula mais interativa, emancipadora e prática.

Se a tecnologia vem ganhando espaço em todos os segmentos da sociedade, não teria por que ser diferente com a educação. As possibilidades de aprendizagem estão aumentando e se popularizando, sendo a internet e a informática um amplificador de conhecimentos.

Neste texto iremos abordar o pensamento computacional, uma habilidade atual que tem facilitado a retenção de saberes nas escolas e faculdades. 

Você verá seu conceito, pilares, benefícios e alguns lugares em que ele é aplicado. Boa leitura!

O que é pensamento computacional?

De maneira objetiva, o pensamento computacional pode ser entendido como a habilidade de solucionar problemas através das bases da ciência da computação. Em outras palavras, trata de utilizar a lógica da tecnologia para resolver pendências e tomar decisões de forma estratégica e eficiente.

Com o pensamento computacional, a ideia é que o estudante chegue à resolução de um problema de maneira semelhante ao feito pelas máquinas, com seus processadores. 

Assim, é preciso trabalhar diretamente com sua capacidade criativa, estratégica e crítica de compreender uma situação e pensar na melhor forma de solucioná-la.

Apesar de se chamar pensamento computacional, essa estratégia não é utilizada só para problemas relacionados à tecnologia. A ideia principal é a de aplicar a lógica computacional, não precisando ser nesse meio. 

Sua aplicação pode ser em problemas cotidianos e nas mais diversas áreas, como Engenharia Civil, Direito, Psicologia e até mesmo em outros níveis de ensino.

Quais os pilares do pensamento computacional?

Para essa habilidade ser aplicada de maneira correta, com eficiência, alcançando a solução necessária e os benefícios da metodologia, é importante seguir suas bases. É aqui que entram os 4 pilares do pensamento computacional, que formam o caminho pelo qual o estudante precisa passar para ter sucesso.

Os pilares do pensamento computacional podem ser entendidos também como as etapas para que esse raciocínio lógico funcione. Se você pretende desenvolver essa habilidade, deverá passar pelos seguintes passos:

1. Decomposição

Como o nome já indica, na decomposição o estudante deve dividir um problema em partes menores. Essa primeira ação é extremamente necessária para reduzir algo que seja complexo em fragmentos menores, tornando mais simples sua compreensão e a procura por soluções.

Com um problema reduzido, se torna mais fácil encará-lo, sem precisar ficar com medo de não dar conta de algo extenso e muito complicado. Outra vantagem é possibilitar uma organização maior na solução, na qual o estudante acompanha seu progresso.

Leia também: 12 dicas para melhorar seu foco nos estudos e aprender mais!

2. Reconhecimento de padrões

Muito do que a inteligência artificial (IA) faz para atuar bem é reconhecer os padrões, aperfeiçoando a resposta que deve ser dada em situações semelhantes. Aqui  você fará o mesmo, percebendo o que um problema tem em comum com outros pelos quais você já passou.

Através de similaridades e tendências, o trabalho se reduz ao aplicar resoluções de sucesso nos novos processos. Não há necessidade de inovar sempre, sendo válido reconhecer e valorizar experiências de sucesso. Se você já passou por algo antes, não faz sentido voltar à estaca zero, não é mesmo?

3. Abstração

Se o estudante dividiu um problema em partes menores, e já identificou os padrões que o ligam a outras questões semelhantes, esse é o momento de lapidar o que ele tem. 

Na abstração, o que deve ser feito é um reconhecimento de tudo aquilo que é de fato relevante, fazendo um filtro com o que continua e o que pode ser deixado de lado.

Assim como em nossa vida, nessa parte é analisado o que deve ter prioridade. Focando naqueles processos que são importantes, as soluções são rapidamente encontradas sem que seja necessário perder tempo com o que é descartável.

4. Algoritmos

Finalmente, chegamos ao ponto que está mais intimamente ligado à parte computacional, até mesmo em seu nome. Os algoritmos dizem respeito à criação de regras para que o problema seja enfim solucionado, usando bastante da lógica e da racionalidade.

Para ser mais claro, aqui devem ser criados passos e formas para chegar ao seu objetivo. Este é o ápice de tudo o que foi feito em cada um dos pilares, o momento no qual o pensamento computacional junta suas bases e é aplicado de forma objetiva e eficiente, alcançando o resultado desejado.

7 benefícios do pensamento computacional

Assim como as metodologias que são aplicadas na educação, principalmente aquelas que trabalham com tecnologia, o pensamento computacional não acaba em si mesmo. 

Por mais que tenha a missão de ajudar na solução de problemas, tendo um processo mais racional, é possível aprender bem mais com ele.

Como a proposta está em trabalhar com a lógica da computação, não são poucas as vantagens de levar a forma de pensar das máquinas para os seres humanos. Agora, iremos explicar melhor 7 destes benefícios, veja quais são:

1. Fortalece o raciocínio lógico

Ao falarmos que o pensamento computacional fortalece o raciocínio lógico, estamos dizendo que ele tem um grande potencial de organizador das ideias. A lógica vai muito além de um conceito matemático, indicando a capacidade de compreender objetivamente uma questão e seguir sobre ela.

Como a lógica é um dos fundamentos do funcionamento da computação, é natural que quem trabalhe com esse pensamento também a desenvolva para si. 

Vale a pena lembrar que ela também é uma das habilidades profissionais mais requisitadas no mercado, presente naqueles profissionais prontos para enfrentar os problemas do futuro.

2. Estimula a criatividade

Ao buscar soluções para atividades das mais diversas áreas, o estudante é impelido a pensar fora da caixa e avaliar diversas formas alternativas de resolver um problema. Por mais que ele também trabalhe com padrões, cada caso irá apresentar novidades que estimularão sua criatividade na busca de novos caminhos.

Se o próprio pilar da abstração pede por um pouco de criatividade, o algoritmo nem se fala. Para criar boas regras para sua solução é preciso focar em inovar, em olhar por um novo ângulo. 

E como você já sabe, a criatividade é mais uma das competências que ganham espaço no trabalho, diferenciando totalmente um profissional.

Leia também: 7 motivos para aprender programação: saiba por que e como desenvolver essa habilidade

3. Aumenta o aprendizado

Com uma metodologia que busca trazer mais do esforço e desenvolvimento do aluno, é comum que diferentes competências sejam postas à prova. O pensamento computacional tem esse poder de colocar o estudante exercitando aquilo que sabe, além de procurar por novos conhecimentos.

O aprendizado fica mais forte à medida em que você se propõe a trabalhar racionalmente em cima de uma questão, desenvolvendo a compreensão, a análise e a interpretação dela. Quanto mais o aluno é desafiado, mais ele ganha em matéria de conhecimento.

4. Dá autonomia ao estudante

Para pôr em prática o pensamento computacional, o mínimo que se espera é que o modelo de ensino esteja preparado para oferecer aulas mais ativas e interativas. 

Como é comum em metodologias que entendem que o aluno deve ser o protagonista de sua educação, uma das habilidades mais trabalhadas é a autonomia.

É essencial que o estudante tenha a liberdade para utilizar o pensamento computacional, com autonomia para propor, testar e chegar aos seus resultados. Além de apenas receber conhecimento e fazer o que é cobrado, o ideal é ter a capacidade de criar.

5. Incentiva o planejamento

Lembra que o pensamento computacional é uma habilidade formada por quatro pilares, que são espécies de passos de um roteiro para chegar à solução de um problema? Pois então, para seguir esse script, mesmo que de forma automática, sem perceber, é preciso criar um planejamento.

As nossas tarefas diárias são melhor realizadas quando feitas com organização, e isso é algo que o pensamento computacional tem a nos ensinar. Ao perceber que o planejamento torna mais eficiente a resolução de problemas dentro do ensino, é normal levar essa prática para a vida profissional.

6. Trabalha com a interdisciplinaridade

Como dissemos no início do artigo, apesar do nome, o pensamento computacional não é utilizado apenas em problemas relacionados à tecnologia. Diversas áreas podem aproveitar esta habilidade, inclusive em atividades que as conectam com outras e trabalham com a interdisciplinaridade.

Só de aplicarmos a lógica dos computadores em algum outro assunto já estamos formando um conhecimento interdisciplinar! A tecnologia pode ser uma ótima ferramenta para ampliar possibilidades e resultados, auxiliando projetos que passeiam por vários saberes.

7. Desenvolve as habilidades profissionais para o futuro

Durante os benefícios do pensamento computacional que tratamos anteriormente, já abordamos diversas habilidades, falando inclusive de suas importâncias para o profissional do futuro. 

E não teria como ser diferente; a internet está cada vez mais inserida dentro dos postos de trabalho, sendo ideal que todo mundo se adapte a ela para desenvolver bem suas funções.

Se o pensamento computacional é extremamente racional, objetivo, lógico e crítico, ele está indo exatamente ao encontro do que o trabalho pede para o futuro (e às vezes para o presente!). 

Como dissemos, seus pilares podem ultrapassar o ambiente da faculdade e ser aplicado em outras atividades práticas, aperfeiçoando seu perfil profissional.

Como a programação trabalha o pensamento computacional?

Se você é da área do web development, certamente identificou várias das características (seja nos pilares ou nos benefícios) do pensamento computacional que se relacionam intimamente com a programação. Isto é comum e esperado, até porque ambas compartilham o uso da lógica e da racionalidade.

A lógica de programação também tem sido bastante utilizada como ferramenta de ensino, principalmente para um público mais jovem. 

E isso não poderia ser diferente, afinal, a construção de um código cobra análise, abstração, inovação nas propostas e outros conceitos achados no pensamento computacional.

Também não podemos esquecer que a própria programação já é uma proposta de solução para algo! É com ela que criamos sites, aplicativos, jogos e diversas ferramentas que melhoram a experiência virtual humana. Ao programar, você está desenvolvendo o pensamento computacional!

Leia também: Saiba o que é desenvolvimento de jogos e como começar uma carreira na área

Conheça outras aplicações do pensamento computacional na educação

Dentro de toda a amplitude da educação, o pensamento computacional pode ir além da programação, ainda que essa seja uma ótima aplicação. Ele pode se aliar a outros métodos e ideias para produzir bons resultados dentro das salas de aula.

Independente do nível de ensino e da idade do corpo discente, levar a tecnologia para as classes tem proporcionado experiências de sucesso. Para finalizar esse texto, veremos três aplicações do pensamento computacional para a educação. Conheça-os:

1. Alfabetização digital

Passando pela lógica da computação, fica bem mais fácil para as pessoas aprenderem a lidar com as tecnologias. Mesmo na resolução de problemas que não estão em meio digital, com essa habilidade, se utiliza as expertises deste meio.

Com o pensamento computacional, é mais certo que as pessoas aprenderão a utilizar de forma segura, aprimorada e consciente as ferramentas dispostas na internet

A alfabetização digital é algo tão importante para uma educação integral que este ponto também poderia estar elencado como um benefício.

2. Inteligência artificial

Enquanto no pensamento computacional nós imitamos a racionalidade das máquinas, na inteligência artificial existe o caminho contrário, com os “robôs” simulando ações humanas. A IA é uma ótima forma de ver os pilares em prática, percebendo como ela age de acordo com o que é pedido.

3. Metodologias ativas

Para quem não está acostumado com esse conceito, as metodologias ativas são aquelas que colocam o estudante no centro da educação, que entendem que ele deve ser o protagonista de sua própria jornada. 

Essas aulas dinâmicas, práticas e cheias de autonomia combinam totalmente com tudo que vimos aqui. Existem diversas metodologias ativas que podem ser aplicadas em conjunto com o pensamento computacional. Algumas delas são:

  • Aprendizagem baseada em problemas;
  • Aprendizagem baseada em projetos;
  • Gamificação; e
  • Metodologia STEAM.

Esperamos que você tenha gostado de nosso artigo e tenha aprendido bastante sobre o pensamento computacional. Agora,  que tal conhecer quem é o profissional do futuro, as principais características e como se tornar?

Sirius Educação

Somos uma escola de tecnologia, digital e diferente do tradicional. Permitimos uma jornada de aprendizagem individual, voltada à prática e altamente conectada com o ecossistema de inovação. E o mais importante, temos um olhar humano para o desenvolvimento do aluno ou aluna, empoderando-as para o futuro.

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