Um empreendedor data driven é um profissional que busca incorporar a ciência de dados na tomada de decisões de sua empresa.
Dentro do empreendedorismo, existem diferentes desafios diários de curto e longo prazo: desde a estratégia de branding até a contratação de novas equipes, o empreendedor deve equilibrar a busca por crescimento e a sustentabilidade da empresa, garantindo que ela seja viável para o futuro.
Nesse sentido, a incorporação dos dados para as decisões facilita o processo e torna a visualização de recursos e possibilidades mais clara, tanto para o empreendedor quanto para outras partes interessadas no negócio – como investidores, fornecedores e equipes.
Como os dados mudam os negócios?
Os dados são fundamentais em todos os setores da economia. E na criação de um novo negócio, isso não seria diferente. Para os empreendedores, criadores de novas ideias é essencial saber lidar com os dados para entender qual o impacto de cada um deles nas decisões que serão tomadas para a empresa.
Por exemplo, uma das partes mais importantes na criação de um novo negócio é entender quais são as verdadeiras questões que os clientes precisam solucionar e como a ferramenta que você está desenvolvendo pode auxiliar nesse processo.
Para isso, porém, é importante ter uma pesquisa de mercado estabelecida. Essa pesquisa, que pode ser feita por amostragem, por pesquisa de público, por prototipagem ou outras estratégias, é uma fonte importante.
É com base nela que o empreendedor terá uma visão mais clara sobre quais são as demandas dos futuros clientes e se elas estão alinhadas com o que ele pretende oferecer.
Mesmo depois que os projetos já estão em andamento, os dados continuam sendo úteis para a otimização dos processos. Por exemplo, imagine que o empreendedor está desenvolvendo um novo software para gestão de empresas.
O processo de criação e testagem desse software demanda tempo e exige que sejam feitas alterações para melhorar a experiência do futuro usuário. No entanto, para que essas mudanças sejam possíveis, é importante analisar quais recursos são mais necessários e como incorporá-los de forma produtiva.
Nesse sentido, os dados são úteis novamente. É aqui que desenvolvedores e engenheiros de software podem trabalhar nas diferentes possibilidades de produto e quais são as aplicabilidades de cada um. Ou seja, utilizar os dados para entender o que seria mais benéfico para a base de clientes e quais são os custos de implementação de cada um deles.
Qual a importância dos dados?
Essa estratégia de gestão de projetos traz para o empreendedor uma economia de tempo e recursos financeiros, já que, por trabalhar com uma etapa de análise de dados, é possível eliminar as possibilidades menos viáveis e focar os recursos apenas naquela ou naquelas que trazem mais potencial.
Com o novo empreendimento já em operação, os dados continuam trazendo informações para o empreendedor. Por exemplo, se a criação de uma instituição de ensino é a base de uma startup, a empresa precisa saber qual o feedback dos alunos para incorporar as mudanças necessárias nas próximas turmas, certo?
Para isso, porém, é preciso levantar dados relevantes sobre essa experiência. Esses dados vão desde respostas a pesquisas anônimas e relatos feitos por alunos até informações como tempo de aula assistido, atividades realizadas, frequência no site, número de leituras, notas obtidas nas provas e muito mais.
Com essas informações em mãos, o empreendedor teria a possibilidade de analisar o rendimento dos alunos, sua dedicação e o resultado final dos esforços. Essa informação serve de guia para estabelecer novas estratégias e trazer o aprendizado para a prática futura.
Como lidar com dados?
Pensando em todas as aplicações dos dados na criação de novos negócios é essencial que o empreendedor tenha uma noção básica dessa área e suas vantagens para o crescimento da empresa.
Um empreendedor data driven então é um empreendedor que tem o repertório de ciência de dados suficiente para interpretá-los a favor de sua empresa e tomar decisões estratégicas com o embasamento para garantir o seu crescimento.
Para se qualificar nesse processo, porém é preciso ter uma compreensão dos dados e como eles impactam o setor de negócios.
Um primeiro passo é fazer um curso de ciência de dados: existem cursos livres que podem auxiliar na formação, trazendo os principais pontos dessa ciência para o universo em que pessoas de outras áreas possam interpretá-los.
Ferramentas de análise de dados
Vale lembrar que existem recursos que os profissionais podem – e devem – utilizar para tornar os dados coletados mais visuais.
É possível utilizar o Excel, ferramenta já conhecida por todos, para juntar informações e traduzir na forma de dashboards excel. As dashboards são resumos visuais de uma coleção de dados, um índice de informações mais relevantes.
Mas existem também outras ferramentas que fazem toda a diferença para o empreendedor. O Microsoft Power BI foi criado para facilitar a tomada de decisões organizacionais. Já o Tableau visa usar suas ferramentas de business intelligence para tornar os dados mais acessíveis para profissionais que não são cientistas de dados.
Como é a versatilidade de um empreendedor full stack?
O conceito de um profissional full stack na tecnologia faz menção a uma pessoa que tem conhecimentos técnicos para atuar tanto na interface quanto no background de um projeto.
No empreendedorismo, a mesma lógica pode ser aplicada. Muitas vezes, os fundadores precisam desempenhar diferentes papéis desde a concepção de uma ideia até a aplicação e divulgação de seu projeto.
O empreendedor full stack é então um profissional que está preparado para desempenhar funções tanto de interface quanto de background de sua empresa.
As habilidades técnicas de um empreendedor full stack na tecnologia incluem questões como frameworks de programação, plataformas de CMS, operações, gestão de produtos, etc. Também é essencial ter habilidades como networking, branding, marketing, design, pesquisa de público, arrecadação de fundos, gestão financeira e RH.
Ainda que não seja possível um único profissional se aprofundar em todas as áreas de uma empresa, é preciso ter um equilíbrio de conhecimento: nas áreas de seu nicho, você deve buscar ser um expert. Já para questões de negócios associadas, um empreendedor full stack deve ter ao menos conhecimentos básicos.
Os dados no empreendedorismo
Desde a primeira concepção de uma nova empresa ao contato direto com o público, os dados têm um papel fundamental no dia-a-dia dos fundadores. São informações valiosas sobre a base de clientes, o mercado e as estratégias de construção de sua empresa, que facilitam a tomada de decisões e como consequência otimizam o processo de gestão.
Confira como eles fazem parte de cada etapa:
Identificação do nicho de atuação
Um empreendedor é aquele que identifica sua oportunidade no mercado e propõe ideias inovadoras para atuar em determinado nicho.
Uma boa análise deve levar em consideração não apenas as metas do fundador, mas também a viabilidade do empreendimento, o mercado já existente e os riscos da oportunidade.
E os dados entram aqui como peças fundamentais. Por exemplo, imagine que você identificou uma lacuna no mercado de software para bibliotecas. Quais são as principais demandas dos profissionais da área? Quais medidas quantitativas você pode analisar? Que dificuldades ainda existem nos softwares atuais?
A partir dessa pesquisa, você pode identificar qual produto pretende desenvolver. Com isso, os dados surgem novamente: quais serão os custos desse projeto? Quem seria o cliente ideal? Quais oportunidades de negócios existem? É financeiramente viável?
Essas e outras perguntas da etapa de criação da oportunidade visam refletir sobre o que existe, o que falta e como inovar em diferentes mercados. Para o empreendedor, ter em mãos dados reais sobre seu futuro produto ajuda a determinar quais riscos ele está disposto a correr e quais os potenciais benefícios do empreendimento.
Por exemplo, ao analisar a viabilidade de seu produto e a concorrência, o empreendedor percebe que a maior parte de outras empresas que atuam na área demora cerca de dois anos para ser financeiramente viável.
Essa análise baseada em dados históricos traz um novo insight para o profissional, determina as chances daquele empreendimento ser um sucesso financeiro e pode ajudar na tomada de decisões.
Um empreendedor data driven utiliza as informações coletadas para criar um plano de negócios que leva em consideração essas informações e protege seu empreendimento de contratempos inesperados.
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Criação de um plano de negócios
O plano de negócios é um documento que norteia todas as ações futuras da empresa.
É aqui que está, por exemplo, a deliberação dos produtos, a análise financeira, a análise de mercado, a gestão de equipe e todos os fatores necessários para que sua ideia se transforme em um negócio.
Assim, o plano de negócios é então um guia para a tomada de decisões futuras. Portanto é preciso ter um cuidado extra ao elaborar esse documento.
Como o negócio trará a receita? Quais serão as pessoas associadas desde o início? Quais são os riscos e os competidores? Qual é a estratégia de vendas? Essas perguntas podem ser respondidas com auxílio de dados.
Por exemplo, no caso de vendas, é preciso determinar o ROI nas estratégias de divulgação, para mensurar o sucesso em obter novos clientes. Já nas operações, o empreendedor deve levar em consideração a prototipagem e a testagem, etapas necessárias na maior parte das empresas.
Ainda, a análise financeira deve levar os dados em consideração. Inclua informações sobre os custos operacionais, escalabilidade, custos atrelados à gestão e outros fatores que impactam seu negócio.
Recursos para viabilizar a empresa
Existem diferentes formas de viabilizar um empreendimento. A primeira delas é por autofinanciamento. Nesse caso, o próprio empreendedor investe seus recursos na empresa.
Caso esses recursos não estejam disponíveis ou não sejam a melhor forma, é possível utilizar outras vias de financiamento. Podem ser empréstimos de bancos, programas de incentivo governamental, capital de risco e até mesmo recursos de outras pessoas físicas que buscam investir no seu negócio.
Em qualquer uma dessas formas, é preciso contabilizar os ganhos e riscos em potencial. Por exemplo, os bancos geralmente têm uma taxa de juros mais pesada.
O capital de risco, porém, exige participação em rodadas de investimento e nem sempre seu negócio estará pronto. Além disso, os empreendedores nem sempre querem ou precisam trocar parte de sua ideia por investimentos.
Contar com o auxílio de pessoas físicas está atrelado ao seu relacionamento pessoal com elas, que pode ficar desgastado caso o plano de negócios traga dificuldades. Já programas de incentivo governamental nem sempre contemplam o setor de seu negócio.
Você também pode optar por participar de incubadoras de negócios, ambientes que promovem o empreendedorismo ao facilitar o acesso de novos gestores a recursos de capacitação e crescimento de sua ideia.
Todos esses caminhos têm vantagens e desvantagens, então é preciso olhar para eles com cuidado e embasamento. Utilize a business intelligence para determinar, por exemplo, os potenciais juros sob capital de um banco, em contraste com o tempo que demoraria para obter financiamento de capital de risco. A questão custo x oportunidade faz parte do processo de empreendedor data driven.
Gestão do negócio
Mesmo depois que seu negócio já esteja mais estabelecido, os dados continuam sendo fundamentais no dia-a-dia da gestão.
É analisando os dados que você percebe, por exemplo, quais produtos têm maior sucesso, qual o retorno do investimento em cada um deles, qual é o nível de produtividade da equipe, o sucesso do marketing e muitos outros pontos necessários para as operações diárias serem sustentáveis.
Os dados estão em todos os aspectos de uma empresa: desde a concepção da ideia até o desenvolvimento e o contato com o cliente. Ter um conhecimento analítico e lógico dos processos que levam ao sucesso de uma empresa faz com que o empreendedor tenha maior chance de conseguir emplacar seu negócio de forma que ele seja durável e rentável para o futuro.
Esperamos que este conteúdo tenha te ajudado a entender mais sobre o perfil de um empreendedor data driven. Agora confira o artigo: o RH contrata quem faz bootcamp e não tem diploma?
