Ao trabalhar com informática, internet e/ou tecnologia, você certamente irá se encontrar diversas vezes com as linguagens de programação. Afinal, elas são as ferramentas mais utilizadas para criar o mundo online que conhecemos, como por exemplo sites, softwares e aplicativos web.
Se você já é um programador, ou pretende se tornar, sabe que criar um código do zero não é tarefa fácil. É aí que entra o framework, que simplifica bastante a vida de um desenvolvedor que precisa focar nas partes específicas de seu projeto.
Como existem várias linguagens de programação – e dentro de cada uma diversos elementos, funções e possibilidades – reduzir o trabalho é sempre uma boa pedida. Para dar mais atenção aos frameworks preparamos este texto, que traz seu conceito, funcionamento, benefícios e exemplos.
Continue conosco e faça uma boa leitura.
O que é framework?
Em uma tradução simples, vemos que framework nada mais é do que estrutura. Isto é, se trata de um componente em um objeto que serve para dar sustentação, base para aquilo que está sendo construído.
Como os frameworks funcionam dentro de um código construído para a programação, ele se trata de uma ferramenta que auxilia no trabalho com as linguagens. Ao criar uma nova aplicação, essa estrutura pode ser inserida como uma base para reduzir o trabalho e contar com um papel pré-definido.
De forma reduzida, cada framework é um conjunto de códigos genéricos que, ao serem inseridos dentro de uma programação, desempenham uma função específica. Nesta estrutura, que pode ser mais simples ou complexa, serão encontrados recursos que aperfeiçoam um programa, como componentes, guias e até mesmo bibliotecas.
Como funciona um framework?
Os frameworks são códigos construídos para dar soluções de forma genérica, isto é, ele conta com um formato pronto e padronizado, que pode ser adicionado em uma programação para desempenhar uma função específica. Entretanto, ao contar com um código aberto, é possível fazer modificações em suas linhas e trabalhar com outros parâmetros.
Se for inserido o framework correto, o desenvolvedor poderá utilizar toda a funcionalidade contida ali dentro, sem riscos de erros. É aqui que entra o conceito de reusabilidade, que diz respeito à reaproveitar um código que foi feito anteriormente, seja para um uso específico ou geral.
Apesar de a programação contar com bastante criatividade, até porque cada software tem uma utilidade própria e precisa se diferenciar dos outros, muitos passos em sua construção são repetitivos. Os frameworks automatizam o trabalho frequente, possibilitando para o desenvolvedor focar nas partes principais de seu projeto.
Resumidamente, o framework age incluindo códigos em sua programação, reduzindo o serviço nas tarefas que podem ser simplificadas. Ele traz uma estrutura geral que pode ser utilizada nos programas, cabendo ao programador avaliar seu uso e construir as partes individualizadoras de seu trabalho.
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Quais as vantagens de utilizar os frameworks?
Seja em qualquer emprego, ter um atalho que reduza o nosso trabalho é sempre um desejo. Por mais que gostemos do serviço, acabamos ficando cansados das etapas repetitivas que não acrescentam no crescimento do profissional (ainda mais quando elas podem ser suprimidas).
Essa função de estruturar um código se traduz em diversos outros benefícios. Afinal, o trabalho grandioso que é tido com os frameworks ajuda o desenvolvedor em muitos aspectos. Confira conosco as principais vantagens ao utilizar essa ferramenta:
Capacidade de adaptação
Ao escolher o framework correto para a função que deve ser desempenhada, é certo que o código se adaptará para a programação que está sendo construída. Por mais diverso que seja o software proposto, esta estrutura funcionará dentro dele.
Essa capacidade de se adaptar para diferentes códigos é também uma das faces da reusabilidade. Um mesmo framework pode ser utilizado nos mais variados programas, desde que respeitada as suas capacidades.
Economia de tempo
Essa é uma resposta óbvia, afinal, ao automatizar um processo, independente de seu tamanho, sempre haverá um ganho de tempo. Mesmo estando diante de tarefas gerais – por mais que elas sejam rotineiras – estas ainda demandam algumas horas do programador.
Com toda certeza, a melhor parte de reduzir o tempo para fazer um trabalho é ganhar em produtividade. Com o framework, ao retirar o trabalho generalista, o desenvolvedor fica livre para dar o máximo de si para as partes mais importantes de seu programa.
Redução de erros
Quando construímos algo do zero, podemos errar em duas situações: a primeira é na própria digitação, que irá prejudicar a sintaxe do código. Já a segunda são as incorreções causadas por dúvidas técnicas.
Com o uso do framework, ambos os erros são dirimidos, afinal, estamos falando de um código já testado e utilizado. É quase impossível se deparar com algum problema em sua estrutura, pois, além de já ter passado por correções dos desenvolvedores, outros programadores já utilizaram suas ferramentas.
Código aberto
Na maioria dos casos, os frameworks possuem seu código aberto, ou seja, qualquer um pode modificá-lo, fazendo com que ele evolua e criando uma nova versão. Deste modo, além de facilitar o trabalho ao reduzir o código com a parte geral, é possível criar ainda mais com sua estrutura.
O código aberto ajuda a formar uma comunidade em volta dos frameworks, com programadores que estão diariamente pensando e elaborando novas formas de fortalecer essa importante ferramenta. À medida que o tempo vai passando, temos uma estrutura que vai se expandindo.
Legibilidade
Como os frameworks são ferramentas previamente desenvolvidas e, além disso, padronizam a programação, seu código se torna mais simples de ser lido. Seja para profissionais ou leigos, uma estrutura bem organizada ajuda em sua compreensão, possibilitando uma leitura mais tranquila e que produza de fato resultados.
Manutenção
Você já sabe que o framework não costuma contar com falhas, todavia, se alguma surgir, ela poderá facilmente ser corrigida. Com um código limpo e simples de entender, os possíveis erros são facilmente detectados.
Além disso, a documentação do framework já indica diversas soluções para possíveis problemas. Por fim, com um código enxuto, até mesmo o que foi desenvolvido propriamente pelo programador será melhor analisado e corrigido.
Redução de custos
Com o uso de frameworks, é possível ganhar em redução dos custos em duas frentes. A primeira diz respeito às ferramentas, em geral, serem gratuitas, o que facilita na construção de pequenos projetos, que não contam com muitos recursos.
Por fim, precisamos lembrar que a produtividade também é um fator que faz com que os gastos em uma empresa sejam minimizados. Ao automatizar procedimentos rotineiros e generalistas, os desenvolvedores são liberados para focar em tarefas mais importantes, que trazem outros valores para o negócio.
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Qual a diferença entre framework e biblioteca?
O framework é uma tecnologia que insere um código que, auxiliando a programação, dá base ao que será feito. Deste modo, seu conceito é, de fato, bem parecido com a tarefa desempenhada por uma biblioteca. Mas do que se trata essa outra ferramenta dentro da programação?
As bibliotecas são coletâneas de códigos criados para resolver um problema dentro de um assunto, apresentando algumas funções dentro de sua área. Podemos, por exemplo, imaginar uma biblioteca que possua diversos comandos para indicar a temperatura em diferentes medidas (Celsius, Kelvin e Fahrenheit).
A diferença central entre esses dois importantíssimos recursos está no controle. A biblioteca é controlada pelo programador, que escolhe onde e como ela será utilizada. Por sua vez, o framework estrutura o código, dando a base e cuidando do fluxo em que todo o desenvolvimento será feito.
Essas não são ferramentas necessariamente concorrentes, podendo, inclusive, ter um uso complementar. Se for o caso de ter que optar por utilizar apenas uma, é fundamental focar em duas coisas:
- os frameworks automatizam mais os processos, porém, retiram um pouco da autonomia do programador e
- as bibliotecas têm menos inserção no código, mas conferem mais liberdade de uso para o desenvolvedor.
Tipos e exemplos de framework
Você já viu que utilizar um framework é extremamente benéfico na programação, até porque simplificar um trabalho repetitivo é sempre interessante. Todavia, um framework não servirá para qualquer utilização, é preciso respeitar a sua função.
Deste modo, existem diversos tipos de frameworks, que poderão ser aplicados em momentos oportunos. É preciso observar três características antes de escolher qual utilizar:
- Sua aplicação (aplicação web, mobile e data science);
- Seu modo de implementação (front-end, back-end e JavaScript); e
- Suas funcionalidades.
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Aqui, iremos apresentar alguns frameworks divididos pelo tipo de aplicação em que se encaixam. Veja a seguir:
Framework para aplicações web
São os que se integram em sistemas online, como sites, APIs, softwares, etc. Veja alguns:
- Angular
Com código aberto, em JavaScript e front-end (aspecto visível pelo usuário), este é um excelente framework para acelerar o desenvolvimento web, graças às suas inúmeras ferramentas. Como com o Angular é possível realizar diversas integrações, com essa estrutura o programador encontrará maior liberdade para personalização.
- Django
Um dos frameworks mais utilizados no mundo, o Django possui código aberto e é utilizado em Python. Ele é construído para atuar back-end, ou seja, do lado do servidor, nos bastidores da programação.
O Django é criado para atuar de forma rápida, simples e escalável, acompanhando toda a facilidade já conhecida de se programar em Python. Seu código cai muito bem quando é preciso tratar de interação e riqueza nos recursos visuais.
- Laravel
Também back-end, Laravel é mais um framework gratuito e de código aberto, só que utilizável em PHP. Sua grande vantagem está em ser bem simples e completo, trabalhando com agilidade, possibilitando integração e fazendo compilação de diversos templates.
Framework para desenvolvimento mobile
Aqui, estão os frameworks que podem ser utilizados para desenvolver aplicativos mobile, para celulares e tablets, por exemplo. Eles podem ser feitos em ambientes específicos, híbridos ou multiplataforma. Conheça os principais:
- Flutter
Sendo um framework recentemente lançado pela Google, o Flutter tem código aberto e funciona para aplicativos escritos com a linguagem Dart. Ótimo para o desenvolvimento de apps híbridos, essa ferramenta pode ser utilizada em Android, iOS, Linux e Windows. Uma das grandes vantagens é a de realizar testes com maior facilidade, sem precisar reiniciar em caso de erros.
- Ionic
Gratuito e com o código aberto, o Ionic funciona, geralmente, do lado do cliente (front-end), utilizando a combinação JavaScript, HTML e CSS. Com um único código-base, esse framework tem várias bibliotecas e elementos para integração, trabalhando muito bem em aplicativos mobile ágeis, híbridos e com muita qualidade.
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- Xamarin
Criado pela Microsoft, o Xamarin possui código aberto e é feito nos moldes do .NET – outro framework da empresa referência em softwares. Seus códigos podem ser compartilhados e devem ser feitos em C#.
Podendo ser utilizado para programar aplicativos para Android, iOS e Windows, este framework traz uma solução multiplataforma. Ele é utilizado, por exemplo, na Alaska Airlines, Outback e Microsoft Azure.
Framework para data science
Com o crescimento da ciência de dados, manter frameworks específicos para atuar nessa área é extremamente relevante. Como a inteligência artificial e o big data estão cada vez em maior ascensão, os recursos precisam ser mais potentes.
As principais ferramentas utilizadas aqui são:
- reconhecimento de voz,
- reconhecimento de imagem;
- localização de objetos;
- classificação de textos.
Conheça agora alguns destes frameworks:
- Apache Spark
Esse é um framework muito rico. Para se ter ideia, o Apache Spark pode ser utilizado nas linguagens Java, Python, R, Scala e SQL. Contando com muitas ferramentas, ele pode ser utilizado tanto para a análise de grandes quantidades de informações quanto para a engenharia de dados. A integração com diversas plataformas é mais uma vantagem contida aqui.
- PyTorch
Com o código aberto, o PyTorch foi desenvolvido pela equipe de pesquisa de inteligência artificial do Facebook. É um framework próprio para trabalhar com machine learning, traduzido para o portugês como aprendizado de máquinas.
Além de rodar em Linux, MacOS e Windows, o PyTorch apresenta a grande vantagem de funcionar também em plataformas na nuvem. Pode ser implementado em programações em C++, Java e Python.
- TensorFlow
Por fim, temos o TensorFlow, mais um framework de código aberto desenvolvido pela Google. Também pensado em agir no machine learning, essa ferramenta é bem utilizada para criar aplicações inteligentes.
Se você gostou do nosso artigo sobre framework e quer crescer ainda mais no mundo da programação, continue conosco e saiba como trabalhar com programação, qual o salário e por onde começar!